segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A bala amarga sou eu


Mas eu juro que tentei. Tentei levantar e fazer com que o dia fosse um pouco diferente, não radical, mas diferente entende? Eu realmente não sei por onde começar é tanta bagunça que minha cabeça da um nó e parece que há um milhão de borboletas furiosas dentro do meu estômago.
Simplesmente coloco um pé na frente do outro e caminho calmamente como todos os outros dias da minha vida em direção aquele ônibus velho e fedido, cheio de desconhecidos com cara de sono e com tanto mau humor que transbordam pelos poros da pele maltratada pela poluição. Eu sei que não adianta nada reclamar e lamentar com a cabeça encostada na janela fria só vendo a chuva cair lá fora, vendo os carros e as pessoas passarem, irem e virem, aquele tal livro de autoajuda só serviu para juntar poeira na estante, pois os meus problemas e essa minha cara de mal amada e desgostosa da vida continua a mesma, acho que dependo muito da opinião das pessoas, de pedir à opinião que convenhamos não me agrada em nada, essa mania sem graça que temos de sempre querer saber o que devemos ou não fazer de um jeito como se a nossa vida tivesse um cronograma careta e cheio de regras idiotas que foram feitas para nos impedir de ultrapassar a linha, cruzar a ponte, de dar um salto maior que a perna, coisas que barram a nossa mente e fazem com que nossos sonhos batam contra um muro grande e ilusório.
Mas eu juro que amanhã será diferente.
O frio na barriga não passa, meus nervos estão à flor da pele, não consigo me desgrudar dessa vida insuportável que construí, vivo num lugar onde só o mofo me faz companhia, esqueci das coisas boas da vida e estou voltada para um emprego que me mata de angustia dia após dia, minha alma está velha e rabugenta. Sinto-me mais presa do que nunca, essa rotina... Essa minha mania de ser desagradável e extremamente teórica. De não saber colocar em pratica, de não ter atos de mudanças, atitudes que poderiam me trazer sorrisos que fariam os músculos do meu rosto doer, coisas bobas e simples. Mas eu sei que o grito predominante dentro do meu peito é do MEDO.

Medo? É, medo, de acordar e caminhar da mesma forma como todos os outros dias da minha vida em direção aquele ônibus velho e fedido.

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