segunda-feira, 15 de julho de 2013

Talvez não seja um problema


Talvez toda boa escritora tenha nascido de uma desilusão amorosa, talvez tenha mantido adormecida dentro de si. Boas palavras ora realistas ora ilusórias, bons poemas e diversas crônicas trágicas. Talvez o maior impulso seja aquele dado sem perceber, aquela dor que antes angustiava e apertava o peito hoje sai quando os dedos tocam suavemente as teclas que já se mantém na escuridão do seu quarto, ou até mesmo quando os dedos pressionam o lápis na escrita grossa e afiada, palavras ofensivas e pedidos de socorro percorrem as linhas estreitas de algumas agendas por ai. O peito chora, mas as lágrimas já não percorrem mais o rosto. Às vezes criamos dividas com o mundo as quais o mesmo nos cobra diariamente creditando juros, criamos a necessidade de se mostra alto suficiente, independente e extremamente forte ao ponto de alcançar o mais delirante sonho sem o auxílio das mãos de ninguém. Encontrar algo que realmente sejamos bons não é lá a tarefa mais fácil, pior ainda é encontrar algo que nos prenda e não nos faça desistir no primeiro deslize, por medo de não sermos aceitos ou inclusos naquele grupo tão popular (que superficialmente é o topo) esquecemos de todos os nossos desejos reprimidos, das nossas vozes e risos, esquecemos de como somos grandes debaixo do nosso cobertor. Ser forte é saber dizer não, saber impor limites, é saber guiar sua própria cabeça, é ter sua moral e seus princípios acima de qualquer coisa, talvez tudo o que o amor tenha trazido e a tristeza tenha levado seja apenas obstáculos os quais se precisa de um bom jogo de cintura para contorná-los. Talvez as nossas fortalezas estivessem à espera do momento em que a vida fosse nos golpear, talvez um dia nasça um livro de todas essas suas noites passadas em claro, desse carinha que você morre de amores, dessa sua mania chata de se perguntar ‘Qual é o meu problema?’. Talvez só o tempo para responder as nossas perguntas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário