Talvez toda boa escritora
tenha nascido de uma desilusão amorosa, talvez tenha mantido adormecida dentro
de si. Boas palavras ora realistas ora ilusórias, bons poemas e diversas
crônicas trágicas. Talvez o maior impulso seja aquele dado sem perceber, aquela
dor que antes angustiava e apertava o peito hoje sai quando os dedos tocam
suavemente as teclas que já se mantém na escuridão do seu quarto, ou até mesmo
quando os dedos pressionam o lápis na escrita grossa e afiada, palavras
ofensivas e pedidos de socorro percorrem as linhas estreitas de algumas agendas
por ai. O peito chora, mas as lágrimas já não percorrem mais o rosto. Às vezes
criamos dividas com o mundo as quais o mesmo nos cobra diariamente creditando
juros, criamos a necessidade de se mostra alto suficiente, independente e
extremamente forte ao ponto de alcançar o mais delirante sonho sem o auxílio
das mãos de ninguém. Encontrar algo que realmente sejamos bons não é lá a
tarefa mais fácil, pior ainda é encontrar algo que nos prenda e não nos faça
desistir no primeiro deslize, por medo de não sermos aceitos ou inclusos
naquele grupo tão popular (que superficialmente é o topo) esquecemos de todos
os nossos desejos reprimidos, das nossas vozes e risos, esquecemos de como
somos grandes debaixo do nosso cobertor. Ser forte é saber dizer não, saber
impor limites, é saber guiar sua própria cabeça, é ter sua moral e seus
princípios acima de qualquer coisa, talvez tudo o que o amor tenha trazido e a
tristeza tenha levado seja apenas obstáculos os quais se precisa de um bom jogo
de cintura para contorná-los. Talvez as nossas fortalezas estivessem à espera
do momento em que a vida fosse nos golpear, talvez um dia nasça um livro de
todas essas suas noites passadas em claro, desse carinha que você morre de
amores, dessa sua mania chata de se perguntar ‘Qual é o meu problema?’. Talvez
só o tempo para responder as nossas perguntas.
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