domingo, 18 de agosto de 2013

Só me falta equilíbrio e sanidade



Criamos nossos próprios monstros na escuridão, os alimentamos com pesadelos, os trazemos para a realidade por debaixo de nossos braços frágeis. Eles se alojam nos ângulos apertados de nossas almas sombrias e frias, nos olham através de nossos olhos serenos, talvez criar um lugar só seu, um mundo onde só há espaço para você e seus pensamentos conturbados parece ser a melhor saída, sonhar... sonhar tão alto quanto às nuvens lá do céu – quem sabe ultrapassá-las, se transformar em esperma das estrelas, em fruto promissor do universo, ganhar asas, ganhar a galáxia e o além! Fecha os teus olhos para fugir da violência que te rodeia, fugir do álcool, das drogas e de si mesmo, tenta fugir da tua própria sombra, porém todos os teus esforços são em vão. Chora. Chora, feito uma criança abandonada, sem colo, sem a proteção necessária de seus pais, tornou-se cômodo, monótono, sempre muito previsível, usufrui da obscuridade do teu próprio ser, se denomina como um zumbi, um devorador de sonhos insaciável, mas nós seres tão frágeis intelectualmente não passamos de crianças assustadas que ainda ostentam medo do bicho papão, que na primeira oportunidade voltaremos para de baixo das cobertas sem querer encarar as conseqüências. Mas minha cabeça dói. Dói por não ter mais espaço para os meus pensamentos absurdos, os ventos de inverno podem me levar para longe, além do horizonte pálido, um silêncio fúnebre se instalou nos meus sonhos. Anseio pela glória; danço com o confuso espelho das almas conforme o vento gélido sopra, em minhas visões tão sanguinárias espio pelas margens dos lagos negros onde jazem escondidos os meus segredos fétidos. Por ti me levanto desta cama maldita, desço sozinho… Alcance-me, acalme o meu coração neste tão vasto mar de choro que se tornou a minha tão miserável vida, vago pela noite, tão perdido e atordoado como antes, infelizmente me sinto fraco - fisicamente não é claro, mas sinto que sou tão frágil quanto um lírio aqui dentro. Minha cabeça parece entrar em colapso, minhas mãos estão pesadas tanto quanto pedras, não se têm nem tempo nem espaço, estou caindo e como sempre só. Talvez seja assim que me sinto talvez a visão dos pensamentos que me queimam seja essa, talvez o mesmo fogo que me aquece e me protege do frio seja o mesmo fogo que poderá transformar em cinzas os meus ossos rígidos. O fogo que queima a madeira seca me encara e sem pestanejar incendeia as minhas idéias, meus pensamentos viram fumaças que só eu mesmo posso decifrar a cada suspiro profundo as chamas se aproximam cada vez mais, o fogo já está a minha volta não há lugar para se abrigar, as labaredas estão a lamber os meus pés e a reabrir as velhas feridas que de alguma maneira já estavam cicatrizadas.

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